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Dimensões da Competência Informacional

      O objetivo deste artigo é desenvolver reflexões acerca das dimensões da competência informacional, com foco em aspectos educacionais e filosóficos, procurando mostrar alguns desdobramentos que agora se apresentam como uma questão essencial: sob quais dimensões reveste-se a competência informacional que a tornam um tema imprescindível aos fundamentos da ciência da informação?** Investigam-se as dimensões técnica, estética, ética e política a partir do marco teórico de Rios (2006) e com base em pesquisas já iniciadas e publicadas. 

     A dimensão técnica está relacionada às habilidades e aos instrumentos para encontrar, avaliar e utilizar de modo apropriado a informação de que se necessita, enquanto a dimensão estética deriva da subjetividade implícita na recepção e transmissão dos conteúdos informacionais, já que toda ação comporta um conteúdo pessoal, uma maneira específica de expressão, a qual se configura como uma forma estética. 

    Porque a produção, a disseminação e o uso da informação estão intimamente ligados ao envolvimento de indivíduos em uma comunidade, esses processos assumem invariavelmente um caráter ético e político. Sendo ética, a atividade política tem uma função pedagógica, a de transformação dos homens em cidadãos. Na medida em que a cidadania não se constrói apenas a partir do acesso material aos conteúdos informacionais, devendo compreender também a capacidade de interpretação da realidade e de construção de significados nos âmbitos individual e coletivo, a identificação e análise dessas quatro dimensões da competência informacional permite clarificar aspectos complexos da informação e da competência.       

      A maneira habitual de se criarem teorias científicas sobre temais atuais, controversos ou em estágio inicial de evolução é o desenvolvimento e a verificação de hipóteses. Nas ciências sociais aplicadas, como no caso da ciência da informação, pode-se buscar a construção de novas teorias, em oposição a um conhecimento certo (por exemplo: significado, características, dimensões e aplicações da competência informacional) por intermédio de leituras, estudos e pesquisas e da opinião de cientistas sobre uma questão controversa. 

        A teoria é, sob esse olhar, uma construção especulativa do espírito, que liga consequências a princípios e que é objeto de um conhecimento desinteressado, independentemente das suas aplicações práticas. O foco deste trabalho – embora venha a gerar noutros momentos resultados práticos em distintas situações – constitui-se em desenvolver reflexões sobre as dimensões da competência informacional, a partir de subsídios educacionais e filosóficos, procurando mostrar alguns desdobramentos que agora se apresentam como uma questão essencial: sob quais dimensões reveste-se a competência informacional que a tornam um tema imprescindível aos fundamentos da ciência da informação? 

      Investigam-se, neste trabalho, as dimensões técnica, estética, ética e política da competência informacional, a partir do marco teórico de Rios (2006) e também de pesquisas já publicadas (VITORINO; PIANTOLA, 2009; 2010). Para o leitor iniciante ou aquele que só teve contato com o segundo artigo desta série, é importante esclarecer que a pesquisa realizada para este fim privilegiou artigos em línguas inglesa e espanhola publicados entre os anos de 1996 e 20081, direcionados ao estudo da competência informacional e indexados nas bases de dados Library and Information Science Abstracts (LISA), H.W.Wilson, ScopuseWeb of Science, incluídos no Portal de Periódicos Capes.    

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