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Competência informacional: um olhar para a dimensão estética

        A Competência Informacional é uma temática que vem se destacando nos últimos anos, dada a sua relevância para a sociedade. Ser competente em informação significa desenvolver um conjunto de habilidades para o uso eficiente dos recursos informacionais, o aprendizado ao longo da vida e o pensamento crítico. Para ser desenvolvida em plenitude, a Competência Informacional precisa fundar-se em quatro dimensões: Técnica, Estética, Ética e Política, mantendo-se o equilíbrio entre elas. Dá ênfase à Dimensão Estética da Competência Informacional: tema ainda obscuro no que se refere ao seu estudo e aplicação na Ciência da Informação. 

      Essa dimensão é aquela que se relaciona com a sensibilidade, com a criatividade. Sendo assim, relacionar a Estética à Competência Informacional se reflete na construção de uma sociedade equilibrada, generosa e transformadora, pois as ideias estéticas são, em última análise, ideias de liberdade humana, estando aí inclusas as emoções, por meio da imaginação, o que possibilita às pessoas perceber propriedades, como encanto, equilíbrio, harmonia e ritmo. 

     A Dimensão Estética relaciona-se, deste modo, com a construção do conhecimento pela sensibilidade, pelas percepções de mundo e sua relação com a ética, pois contribui de forma significativa para o desenvolvimento dos indivíduos.    

      O objetivo deste trabalho consiste em um levantamento conceitual sobre Competência Informacional e sobre Estética, no intuito de apresentar as definições e reflexões encontradas na literatura para as temáticas, relacionando-as e possibilitando uma compreensão sobre a Dimensão Estética da Competência Informacional e suas contribuições para a Sociedade da Informação. Tem, ainda, o propósito de dar subsídio ao desenvolvimento de uma dissertação de mestrado, em andamento no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PGCIN), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), na linha de pesquisa Profissionais da Informação. Observa-se que estudos sobre Competência Informacional (Information Literacy) são ainda recentes, tendo surgido inicialmente nos EUA, na década de 1970 e, em termos de “solo brasileiro”, os estudos sobre o tema aparecem na primeira década do Século XXI2. 

       Por se tratar de uma temática ainda jovem, não há um consenso entre os pesquisadores sobre a tradução exata para a expressão Information Literacy e, por conta disso, identificam-se várias traduções para o termo, como: alfabetização informacional, letramento informacional, competência informacional e competência em informação (HATSCHBACH, 2002; CAMPELLO, 2003; DUDZIAK, 2003, 2010; VITORINO; PIANTOLA, 2009). 

    Neste trabalho, adotou-se a tradução Competência Informacional, por entender-se que este termo é mais adequado ao desenvolvimento de habilidades para o uso dos recursos informacionais, bem como do pensamento crítico e do aprendizado contínuo. Dudziak (2010) entende que a adoção do termo alfabetização informacional é mais adequado a trabalhos que abordam temas relacionados às fases iniciais da educação, já o termo letramento informacional parece remeter ao universo das palavras e das terminologias. Entende-se, portanto, que a tradução Competência Informacional expressa, de forma mais apropriada, as pesquisas que abordam a competência no sentido da aprendizagem para a vida e o domínio dos recursos informacionais.   

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